Eu tenho pensado também que todas as cartas pedagógicas são, na verdade, didático-pedagógicas, visto que sempre ensinam algo a alguém e quem escreve e lê cartas sempre aprende e reaprende alguma coisa. A carta pedagógica é uma didática freiriana, ela é grávida de sabedoria, ela é acolhedora, “perguntadeira”, investiga um tema, problematiza a realidade vivida, gera reflexão sobre o contexto, fomenta o diálogo, sistematiza experiências e vivências, é envolta numa profunda gratidão pela relação criadora. Ela é práxis! Enfim, ela é um retrato de um jeito de ensinar e aprender profundamente conectado ao legado de Paulo Freire que fez, desde o princípio do Método, uma crítica à educação tradicional.
IVANIO DICKMANN
Creio que haveremos de criar, enquanto comunidade freiriana, ainda muitas formas de enviar e receber cartas pedagógicas. Por exemplo, estamos cada dia mais imersos no mundo virtual e virtualizado, então, creio eu, estaremos muito em breve enviando “cartas pedagógicas” através de outros meios, como “audiocartas” e “videocartas”, que possam ser também respondidas em áudio e vídeo. Aliás, essa é uma ótima ideia - em forma e conteúdo - para experimentarmos, que tal? Viva as cartas pedagógicas! Viva Paulo Freire! Viva a Comunidade Freiriana que mantém vivo seu legado!
